1833
Após a demolição do Teatro Grande, em 1833, os madeirenses começaram a revindicar a construção de um novo teatro na cidade do Funchal.
9/2/1882
A Câmara Municipal do Funchal tomou finalmente a decisão de edificar um teatro no terreno do antigo e extinto mercado de São João.
24/10/1884
O ato simbólico do lançamento da primeira pedra
29/7/1887
Foram dados por concluídos os trabalhos de construção do novo teatro.
11/3/1888
O teatro é inaugurado oficialmente.
11/1910
O Teatro deixou de se chamar “D. Maria Pia” para ser “Dr. Manuel de Arriaga”.
12/1/1911
O teatro passou então a chamar-se “Teatro Funchalense”.
1917
O teatro é denominado “Manuel de Arriaga”.
09/04/1942
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Dr. Fernão de Ornelas decidiu mudar o nome do Teatro para “Baltazar Dias”.
História completa
Após a demolição do Teatro Grande, em 1833, os madeirenses começaram a revindicar a construção de um novo teatro na cidade do Funchal.
No dia 9 de Fevereiro de 1882, a Câmara Municipal do Funchal tomou finalmente a decisão de edificar um teatro no terreno do antigo e extinto mercado de São João. O projeto do arquiteto Portuense Tomás Augusto Soler foi o escolhido. No entanto, com a sua morte precoce, em 1883, o projeto foi entregue ao seu conterrâneo José Macedo de Araújo Júnior, embora não seja conhecido se existiu alterações em relação ao projeto inicial. O teatro segue o modelo tipicamente italiano, seguindo o protótipo do Teatro de São Carlos em Lisboa e do Teatro La Scala em Milão.
João Sauvair da Câmara, enquanto presidente da cidade, iniciou as obras de construção do novo Teatro, tendo o ato simbólico do lançamento da primeira pedra ocorrido a 24 de Outubro de 1884, contando com a presença de muito público e de três bandas musicais que se associaram ao feito, atuando no Jardim Municipal.
Para ajudar na construção, que exigia competência e profissionais especializados, foi necessário contratar o Mestre-de-Obras Manuel Francisco Pereira. O arquiteto e cenógrafo Italiano Luigi Manini, acompanhado pelo português Eugénio Cotrim, ficaram encarregues das decorações e cenografias.
A 29 de Julho de 1887 foram dados por concluídos os trabalhos de construção do novo teatro. Houve então um primeiro contacto com o público, e a cidade compareceu entusiasta e em peso. O teatro só viria a ser inaugurado oficialmente a 11 de Março de 1888, com a exibição da zarzuela “Las dos Princesas”, da companhia espanhola de José Zamorano, vinda das vizinhas Canárias.
A denominação do nosso teatro sofreu na sua fase inicial algumas modificações. Primeiramente, como forma de homenagem à Rainha, decidiu dar-se o nome de “D. Maria Pia” ao teatro. Em consequência dos acontecimentos da revolução Republicana, a Câmara Municipal entendeu que o nome da rainha já não era harmonizável com o novo regime, tendo em Novembro de 1910 alterado a sua designação para teatro “Dr. Manuel de Arriaga”. A atribuição do nome em homenagem ao deputado da Madeira e primeiro presidente eleito da República Portuguesa, não foi aceite pelo mesmo, que recusou terminantemente este gesto. O teatro passou então, a partir de 12 de Janeiro de 1912, a chamar-se “Teatro Funchalense”. O volte-face na sua denominação, deu-se a quando da morte de Manuel de Arriaga, em 1917, tendo o seu nome surgido novamente no teatro.
Decorria o ano de 1935, quando a câmara, presidida pelo Dr. Fernão de Ornelas decidiu mudar o nome para Baltazar Dias, em homenagem ao grande dramaturgo e poeta cego, nascido na Madeira, e referência incontornável do panorama teatral português. O nome mantém-se até aos dias de hoje, num espaço que desde a sua inauguração, tem vindo a presentear a nossa cidade com uma beleza arquitetónica inigualável e com atividades e espetáculos que o tornam no maior marco de vivência cultural da Madeira.
Perguntas Frequentes
QUEM FOI BALTAZAR DIAS?
O Teatro deve o seu nome ao poeta cego da Ilha da Madeira, autor teatral da segunda metade do séc. XVI, cujas obras têm sido representadas em autos populares europeus, em África e no Brasil.
Os romances de Baltazar Dias pertencem, pois, a uma comunidade de tradições poéticas entroncadas na própria história da poesia lírica europeia. É encarado como o “nacionalizador dos romances europeus”. O poeta requereu a D. João III o privilégio de só ele poder imprimir e vender as composições da sua autoria. Não se sabe ao certo quantos anos viveu em Lisboa, mas conclui-se que residiu, nos últimos tempos, na Beira.
A sua obra divide-se, pois, em autos, romances e trovas:
- Auto Breve da Paixão de Cristo (1613)
- Auto da Malícia das Mulheres (1640)
- História da Imperatriz Porcina (1660)
- Auto do Nascimento
- Auto de Santa Catarina
- Auto de Santo Aleixo
- A Tragédia do Marquês de Mântua
- Conselhos Para Bem Casar