O Tenor , que cantou pela primeira vez aos 7 anos , e que democratizou o canto lírico em Portugal, assume-se como um artista “sem barreiras”

Carlos Guilherme cantou pela primeira vez aos 7 anos de idade. Um fado de Coimbra, na sua terra natal, Lourenço Marques.(…) “Cantei dessa vez e depois parei. Só voltei ao canto aos 14 anos e , se calhar, foi essa paragem que me salvou a voz [lírica]. Os cantores líricos têm de ter muito cuidado no período da mudança de voz, senão, podem perder a voz, para cantar, claro. Não ficam mudos!”

Hoje com quase 71 anos, o tenor que conquistou os portugueses com o êxito “Quando o coração chora” (1982), o primeiro disco de platina nacional, admite que democratizou a ópera, por cantar também música ligeira, mas frisa que foi o público quem lhe atribuiu essa “missão”.Em Moçambique , cantava música ligeira “porque não tinha cabedal para cantar a clássica” (…) Cantava uma canção napolitana e “aguentava ” apenas aqueles 10 minutos(risos).

(…) Carlos Guilherme assume-se como um cantor “sem barreiras” (…) Talvez por isso receba tanto em troca dos seus públicos, “sou muito mimado pelo público. Marcou-me profundamente uma salva de palmas que me deram antes de uma actuação , no Teatro São Carlos, em Lisboa, assim que subi ao palco” (…)

Com mais de 30 anos de carreira e um somatório de 85 óperas executadas, Carlos Guilherme é um profundo conhecedor de todo o tipo de música (…)

Esta noite pelas 21:30, Carlos Guilherme actuará no Teatro Baltazar Dias, no âmbito das comemorações dos 128 anos da instituição, acompanhado de uma família de cantores , constituída por pai (o barítono Nuno Vilallonga), mãe ( a soprano Conceição Galante) e filha  ( a soprano Maria Isabel Galante), esta última estreante. A acompanhá-los estará o pianista Armando Vidal, que acompanha Carlos Guilherme há vários anos.(…)

Jornal da Madeira, 11 de Março de 2016